Matrizes Históricas das Políticas Públicas para Infância e Adolescência: assistencialismo, tecnicidade e educatividade em disputa


Artigo aprovado no ENANPAD 2010.
Co-autoria com Profa. dra. Judith Zuquim.

Resumo:
O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) é considerado por muitos como o estágio mais avançado da evolução de uma política. Ao lado dessa evolução coexistem discursos associados com formas antigas no trato da questão infantil. A partir disso, busca-se nessa proposta uma compreensão histórica do campo política pública para a criança e adolescente, no sentido de compreender limites e potenciais que o ECA enfrenta. Essa análise será feita a partir de três momentos distintos. O recorte de cada período é revelador das disputas discursivas entre os grupos que detêm poder de influenciar as decisões do Estado. Esses períodos são consolidados em matrizes discursivas: assistencialismo, tecnicidade e educatividade. A proposta metodológica distingue séries e descreve relações que ocorrem nas transições entre as diferentes matrizes que constituem a formação discursiva do campo das políticas públicas. A hipótese formulada entende que a emergência de uma nova matriz discursiva não rompe com a matriz anterior, mas a reforma pela permanência de categorias que são ressignificadas na nova matriz. A descrição e compreensão do ato de um determinado governo em prol de uma questão pública exigiu a focalização de temas como agenda, grupos de interesse e decisões. A primeira matriz, assistencialista, foi descrita como um período na qual se discute os efeitos da pobreza. Parte-se da visão de uma medicalização da pobreza, com ênfase no discurso higienista. Práticas de prevenção contra a pobreza são argumentos para a institucionalização das crianças. Nesse contexto, ações de institucionalização são realizações nesse período. Outra marca encontrada é a relativa ausência do Estado das práticas institucionais, sendo essas delegadas às instituições filantrópicas. O segundo período, tecnicismo, se consolida a partir da preocupação com a deliquência infanto-juvenil. Expressões como menor infrator e menor carente são argumentos para uma visão repressora e autoritária e práticas de internação. O Estado passa a assumir responsabilidades em relação às políticas públicas, principalmente na questão da delinqüência. Por fim, chega-se a consolidação do terceiro período: educatividade. Esse período apresenta um discurso novo pela participação social, mas é permeado por práticas antigas. Fundamenta-se em uma visão de cidadania e diálogo buscando a visão da criança e do adolescente como um sujeito de direitos em desenvolvimento. A descrição do período atual permite constatar rompimentos e permanências de elementos chave dos períodos e práticas anteriores. Fruto dessa coexistência e tensão, alguns sintomas podem ser observados, como a incapacidade da sociedade fazer frente a relativa autonomia do Estado na implementação das políticas públicas e a permanência de práticas retrógradas como o abrigamento e a internação. Conclui-se, dessa maneira, que a política pública não podem ser consideradas como um fenômeno descontextualizado de processos históricos de média e longa duração. Por sua vez, é necessário desnaturalizar seu próprio discurso e descrever seus eufemismos, mostrando suas determinações múltiplas entre estruturas sociais e propriedades de discurso.

Caso queira conhecer o material na íntegra, deixe um comentário.

12 comentários:

  1. Gostaria de conhecer o artigo integral.
    Sou doutoranda em psicologia na UFBA.
    Meu e-mail é patriciavz@ig.com.br

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  2. Oi, Patrícia
    Enviarei o artigo no seu email. Obrigado pelo contato.
    Abraços

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  3. gostaria de ler o artigo po completo

    obrigada

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  4. sou mara gabriela assistente social gostaria de ler este artigo, meu E-MAIL é mara-gab@hotmail.com

    desde já agradeço

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  5. Olá, Mara. Obrigado pela visita. Volte sempre. Irei enviar o artigo no seu email.
    Abraços
    Anderson

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  6. Olá. ]
    Estou em busca de um tema para fazer um artigo da especialização e estou enveredando por esse caminho dos direitos infanto juvenis. Gostaria de ler esse artigo, pois o assunto muito me interessa e pode me esclarecer na decisão final do tema. Estou em busca de um tema em que estejam abrangidos tanto os direitos da criança e adolescente e a íntima relação com a CRFB/88, pois o meu orientador é constitucionalista.
    Meu email:advbutarelli@gmail.com
    Att.
    Paola

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  7. Olá boa noite me interesso bastante pela área da criança e do adolescente, por isso gostaria muito de ver esse artigo na íntegra. Desde já agradeço

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  8. Ola boa noite, estou fazendo meu TCC sobre Institucionalizacao de criancas e adolescentes e gostaria de ler todo o material se possivel.Faço uma pesquisa sobre politicas para a infancia e juventude, pois nao da para falar em institucionalizacao sem falar em politicas.Agradeço e aguardo
    Att: Elaine rodrigues

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    1. Olá,
      Preciso que deixe seu endereço eletrônico para o envio.
      Abraços.

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  9. Olá boa tarde! Penso em investir no Mestrado e esse tema faz parte de meu desenho de dissertação. Desejo ter acesso ao material na integra. Grata
    Tereza Cristina tekasilvasilva@yahoo.com.br

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  10. Olá boa tarde! gostei do arigo e gostaria de lê-lo na integra pois estou escrevendo meu tcc na area de crianças e adolescentes e as politicas publicas. desde já, agradeço!
    email: tp_tatianapires@hotmail.com

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  11. Oi, Boa Tarde, sou Jusley Souza, Assistente Social, gostaria de receber esse artigo em meu e-mail, que pode vir a me ajudar muito em meu artigo de Especialização em Gestão de Políticas Públicas. Obg!

    e-mail: souzajusley@hotmail.com

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