Democracia, República e Direito: Discutindo atores, resultados e controle


Texto preparado para subsidiar a apresentação sobre o tema: Transparência e Participação no Processo de Elaboração Normativa


Esse texto nasce como fonte de questionamentos para estabelecer relações entre a participação, a transparência e a elaboração normativa. Por entender que a função selecionada buscará estabelecer diálogos com a comunidade científica, busca-se muito mais do que trazer respostas e casos de sucesso, refletir sobre pontos para investigações dessa relação. 
Os processos históricos de fato importam (HOCHMAN, 2007), pois instituições nascem e são modificadas de acordo com o conjunto de ideias que impregnam o social. Estruturas nascentes, por vezes, são dependentes da trajetória que gera continuidades de um passado que ainda se faz presente. Assim, o contexto histórico importa para a discussão sobre as instituições que são influenciadoras do comportamento humano. Elas são cenários sobre as quais se desenrolam conflitos políticos e de alguma maneira são constrangedoras da ação (STEINMO, 2001). Essa é uma questão sobre a qual a ciência política se dedica e que será base para tratar posteriormente a ideia de elaboração normativa, esse conceito será abordado aqui a partir da ideia da criação/mudança institucional. Entretanto, para uma análise mais ampliada nos valeremos de outros aportes teóricos para além dessa disciplina.
O contexto histórico em que iniciarei minha demarcação temporal será a construção da constituição federal de 1988 como um momento em que rompeu-se com lógicas institucionais anteriores, de um Estado autoritário, para a construção de uma visão estatal pautada pelo princípio democrático. Importante, portanto, frisar que dentro do conceito de elaboração normativa que traçamos anteriormente, esse foi um rico momento para a criação/transformação das institucionalidades, algumas delas que não romperam totalmente com aquelas pré-existentes. De maneira positiva, essa elaboração normativa criou uma dependência para a trajetória de novos aparatos legais. A questão porém, e algo que será analisado, é a relação entre a lei e o real, pois essa nova institucionalidade conviveu (e ainda convive com fatores que limitam sua ação).

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